Sao historias que o povo conta para a noite nao perde a graça. A maioria das pessoas fazem rodinhas de amigos para ver qual das lendas assusta mais, nesse Blog vamos mostrar lendas comuns no Brasil relatos de pessoas que afirmam que vivenciaram as historias . Mas nesse blog, eu como médium, vou apresentar tanto historias que considero apenas lendas, como também vou apresentar fatos reais,pesados,portanto se tem a religiosidade fraca, e aconselhável que não leia nem as lendas, obrigado.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
O açogueiro da rua do Arvoredo
Essa não é uma lenda urbana
Você já ouviu falar no caso do linguiçeiro da rua do Arvoredo? É uma história antiga, que sobreviveu por anos a fio pela tradição oral e por muito tempo, acreditou-se que se tratava apenas de uma lenda urbana. A história oficial em vão buscou abafar a história, mas a verdade é que a cidade entrou para a galeria dos crimes mais hediondos por causa de um homem insuspeito, bon vivant — na verdade um verdadeiro chacal escondido com peles de um dândi, e talvez o maior facínora de seu tempo. Tudo começou em 1863, na provinciana Porto Alegre dos tempos do Segundo Império. Naquele tempo, a capital era a quarta maior do Brasil, com cerca de 20 mil habitantes, 4 mil casas, 18 edifícios públicos e sete igrejas. Foi na cidadela que se encastelava na península central de ruas sem calçamento e cheia de tocas de tatu de escravos fugidos que nasceu o mito de José Ramos, o insuspeito açougueiro que fazia lingüiça de restos humanos.
Ramos era considerado como um discreto gentil-homem, elegante e viajado, como se saísse das páginas de um romance de Alexandre Herculano. Era visto em casas de ópera da cidade e consta que tinha excelente gosto musical. Na verdade, ele era uma espécie de inspetor de polícia que foi obrigado a fugir de Santa Catarina após matar o próprio pai. Em Porto Alegre, o assassino se tornou um homem da lei. Foi quando ele conheceu Catarina Pulse, magiar descendente de alemães, nascida na Transilvânia (é verdade!). Casada, viu o marido se matar na própria frente durante a viagem ao Brasil. Essa mulher de personalidade enjeitada conheceu o nobre José Ramos. O amor bandido de ambos deu origem à lenda dos carniceiros. As primeiras vítimas — sempre gente de fora — eram fisgadas por Catarina no Beco da Ópera (hoje a rua Uruguai, no coração de Porto Alegre).
Atraídos pelos dotes físicos da mulher, eles iam para o cadafalso por um trajeto obscuro de ladeiras, do velho Beco do Poço até a rua da Igreja (hoje Duque de Caxias), até a casa dele — um sobrado que ficava atrás da antiga Matriz, na rua do Arvoredo, hoje Fernando Machado. Curioso é que aquele sobrado era aziago. Ali ocorreu o primeiro latrocínio, segundo registros da época. Pior que isso, nos fundos da Igreja da Matriz (onde hoje resiste bravamente a Catedral) ficava o cemitério da cidade. Como a chuva amiúde lavava o terreno, não era raro encontrar fêmures e caveiras rolando sorridentes pela rua do Arvoredo. Como ninguém queria alugar aquela casa, Ramos e Catarina se mudaram para lá, transformando aquele pardieiro refugado pela sociedade no seu ninho de amor e lascívia. Era ali, naquele ambiente íntimo, que eles matavam as suas vítimas, com requintes de crueldade...
Com técnica refinada, cada corpo era degolado, esquartejado, descarnado e cortado com capricho e em fatia, para serem acondicionados em baús. Para o trabalho, o açougueiro contava com a ajuda de Carlos Claussner — que pouco tempo depois seria transformado em lingüiça pelo comparsa. Com o moedor, ele fazia guisado da carne e preparava o produto, oferecido para toda a cidade em seu açougue da rua da Ponte (hoje Riachuelo, fundos da Igreja Nossa Senhora das Dores). Consta que a lingüiça de José Ramos era muito apreciada. Desbaratado o caso em 1894, Ramos foi condenado à forca e Cataria morreu louca num hospício. A despeito de todo o escândalo, os crimes da rua do Arvoredo foram propositalmente ignorados pela imprensa de época. Em sua pesquisa, porém, Décio Freitas constatou que a história repercutiu em jornais da França e do Uruguai!
José Ramos ganhou a fama do terror de Porto Alegre, no século XIX.
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